quinta-feira, 29 de maio de 2008

Galinhas ao Poleiro


GALINHAS AO POLEIRO
No galinheiro da Quinta do Soslaio, estava a bicharada toda em alvoroço. A coisa andava feia e a dar para torto, desde que a D. Gertrudes, a proprietária — e viúva de três maridos mortos em circunstâncias muito esquisitas — fora tomar chá a casa de uma amiga, também ela detentora de idêntica herdade.D. Gertrudes, a ambiciosa e não menos invejosa D. Maria Gertrudes Levada do Caneco, ficara possessa de raiva quando soubera, pela língua bífida da inocente amiga, que as suas galinhas eram as menos poedeiras das quintas daquela aldeia e arrabaldes.— D’aurdeia e arrabaldesjjjjê!!! — repetira ela, vezes sem conta, a caminho de casa, dislálica de incredulidade. — Indes ver como se enxofra, minhas galinhas-chocas! Ai se indes!A danada da mulher chegara irreconhecível desse convívio: calcorreara o carreiro da horta batendo com as alpercatas no chão — olhos flamejantes, dardejantes de raiva, narinas inchadas, como se fossem fumegar; enxotara os cães, que iam, como sempre, lamber-lhe as mãos e roçar-lhe o pêlo nas pernas; pontapeara os caldeiros do farelo e da lavadura; batera estrondosamente a porta de casa e… ninguém mais vira, ou ouvira qualquer sinal de vida da velha bruxa. Os galináceos até ousaram pensar que a tirana fora lavar roupa no rio Letes, mas nem tempo tiveram para discernir se tal lhes ocorrera no sono ou na realidade.No dia seguinte, aos primeiros sinais do parto do sol, até o galo fora apanhado — crista murcha e descaída sobre a cabeça desgrenhada — a cabecear de sono e com as persianas oculares ainda corridas. Os urros histéricos daquela mulher, secundados pelo servil ladrar aflitivo dos rafeiros, transformaram a penumbrosa capoeira num turbilhão de asas, penas, palhas e mil e um cacarejos. Algumas galinhas, acometidas de incontinência súbita, chegaram mesmo a pôr ovos prematuros, que se estatelaram no térreo rés-do-chão. Friamente e à vista de toda a galinhada, a simpática Gertrudinhas torcera-lhes o pescoço e levara-as amontoadas na carreta ferrugenta, para as vender ao Baltasar, o dono da casa de pasto “Pitas e Sopitas”. Pouco tempo volvido, regressara ao amedrontado galinheiro com brilhantes ideias reformistas: de castigo, a ração iria ser reduzida, porque as “piolhosas”, as “calaceiras” não andavam a pôr nada que se visse; queria mais um ovo por galinha na primeira semana, dois na segunda, três na terceira e “por aí adiante” até porem o dobro do que andavam a pôr “naquela altura”; empossava a galinha “Pitazita” como capataz do galinheiro e “num se falaba mais naquilo”; ela teria o dobro do farelo e umas doses extra de milho por semana, se os desejados “obos” aparecessem; ela poderia dar as bicadas que fossem necessárias para meter na linha toda e qualquer galinha desalinhada ou com menos vontade de pôr; a “capataza” escolheria uma “galinha-chefe” de cada secção de ninhos, para…enfim, para o que fosse preciso, mas sem doses de nada, porque “a coisa estaba feia, muito feia”! “Bastaba-les o títalo e o poder qu’isso daba”!— Toca a pôr, toca a pôr! — dissera ela, secundada pelo rosnar raivoso dos seus rafeiros sujos e esquálidos, virando as costas aos galináceos encolhidos, em puro estado de estupor.E era por isto, apenas por isto, que a bicharada estava em alvoroço. E, depois das primeiras pragas dirigidas à velha bruxa, o cacarejar foi direitinho para a “Pitazita” e suas acólitas — as nomeadas — que eram, nem mais nem menos, as “delambidas” que, antes, passavam as tardes com ela, empoleiradas na figueira em cacarejo baixinho, dizendo mal de todos os animais da quinta. E logo ela, que já não sabia sequer o que era pôr ovos, e muito menos pôr ovos naquele esterqueiro, que já não era limpo desde que o pobre do Florêncio — o último marido — morrera! A galinhada ainda chegou a propor-lhes que não aceitassem tão “sujos” cargos, mas elas logo declinaram tal hipótese, alegando que, se não fossem elas, seriam os rafeiros ou bestas ainda piores. E, depois… aquela carreta… Enfim, se toda a bicharada soubesse quanto lhes custava tal missão, quanto sofriam em segredo!…— Isto não pode ser! Aqui fechadas, nesta imundice, sem quase nos podermos mexer, nós não podemos ser mais poedeiras! Já não sei o que é abrir as asas há… há… muito tempo! — desabafava de indignação uma galinha já com muitas luas vividas.— Pois é — acrescentava outra, que fora oferecida por uma proprietária de uma quinta vizinha — mas, na quinta de onde eu vim, comíamos muito mais e éramos livres, andávamos à vontade pelo campo: ele era couves, ele era alfaces, ele era… o que houvesse! O que houvesse, nós comíamos! E o nosso galinheiro estava sempre limpo! Lá até dava gosto pôr e púnhamos que era um regalo! Vejam só: eu, desde que vim para aqui, só pus um ovo… e mirradito!— E não há direito! Não é justo que a “Pitazita” coma a ração que nos tiraram a nós! — cacarejou uma galinha garnisé, a “Vermelha”, de papo levantado. — Ela, que já nem ovos põe! E não é justo que as “nomeadas” nos andem sempre a bicar, se nem sequer põem mais do que nós! E eu sei que, às escondidas, quando estamos todas aqui entaladas a puxar, a ver se sai alguma coisa, as aleivosas atiram-se à ração da “Pitazita”, que finge que não vê e cacareja para o lado. Não há direito!— Pois não, pois não, pois não… — repetiu o galinheiro em coro, incapaz de ir mais além na argumentação e nos protestos. Mas… logo surgiu, saída do seu fojo escuro e fedorento a poderosa “Pitazita”. E toda a bicharada se calou, meteu o bico debaixo das asas encolhidas e, à rasca, puxou, puxou, até parir um ovo qualquer, mesmo sem casca. Ao primeiro cacarejar de alarme, apareceu a figura medonha de Gertrudes — galochas pretas até aos joelhos encardidos, mangas arregaçadas. Deitou as manápulas à “Vermelha” e… foi o que sabemos: acabou no “Pitas e Sopitas”.O galo, esse, andava indiferente. Como a Natureza não lhe reservara tal obrigação, continuava a deitar-se e a levantar-se com as galinhas, que ele galava e voltava a galar com toda a satisfação…

Luis Costa

FRENPROF reúne com ME 6ª feira 30/Maio...

A FENPROF reúne com o Ministério da Educação na próxima 6ª feira, dia 30 de Maio, a partir das 17.30 horas. Esta reunião tem por objectivo a negociação do projecto de despacho sobre as cotas de avaliação, bem como a realização de uma, "consulta" (expressão do ME) sobre o projecto de portaria relativa ao procedimento concursal para o cargo de director.

Comentário
Há escolas em que os professores não apresentaram listas ao conselho geral transitório. Essa é uma via a seguir. Se um número muito significativo de escolas boicotasse o processo, o sinal seria claro: os professores não querem este modelo de gestão escolar. Duvido, no entanto, que essa opção seja seguida em muitas escolas. Os professores de cada escola terão de ponderar as vantagens e os prejuízos. O objectivo deverá ser impedir a eleição de directores adesivos.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Já três escolas sem listas docentes candidatas ao Conselho Geral Transitório...

Três Escolas sem listas docentes candidatas ao Conselho Geral Transitório

Escola Secundária António NobreAgrupamento de Vidago, no concelho de ChavesAgrupamento de Gualtar, em Braga
Tal como vem acontecendo em várias escolas de todo o país, terminado oprazo aberto na Escola Secundária António Nobre, no Porto, paraapresentação de listas candidatas ao Conselho Geral Transitórioprevisto no artigo 60.º do Decreto-Lei n.º 75/2008 de 22 de Abril, nãoteve lugar a apresentação de qualquer candidatura ao órgão em causa.Lembramos que, nos termos do disposto no citado decreto-lei, a nãocriação deste órgão impede, na prática, a aplicação do novo modelo degestão, pois seria o Conselho Geral Transitório a promover osprocedimentos que levariam à selecção do futuro director.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

ENCONTRO DE PROFESSORES DIA 7 EM VILA REAL...

CONVITE

O Movimento PROmova não se conforma com o modo como a Plataforma Sindical hipotecou a indignação dos professores e desbaratou o capital de protesto que foi possível conglutinar, enveredando por manifestações folclóricas e esvaziadas de eficácia (penosamente, também esvaídas de participação), que veicularam uma mensagem falseada de pretensa concordância dos professores com o Memorando de Entendimento.

Como estamos convictos que os professores continuam a rejeitar o essencial da política educativa deste Governo, de que o novo modelo de avaliação, entre outros aspectos, é uma peça deplorável, o Movimento convida todos os educadores de infância e professores dos ensinos básico e secundário a participarem num ENCONTRO DE PROFESSORES a realizar no dia 7 de Junho de 2008, pelas 10.00 h, no auditório do Instituto Português da Juventude, em Vila Real (junto à Escola EB2,3 Diogo Cão), visando debater o estado actual de descontentamento da classe docente e definir as melhores estratégias de actuação, de acordo com a seguinte agenda:

1) Formas de organização e estratégias de intervenção futuras do Movimento PROmova.

1.1 Definição de um núcleo consensual de reivindicações e de ideias mobilizadoras.

1.2 Acções a concretizar no imediato e no próximo ano lectivo.

A força dos professores e a persistência da nossa luta contra a prepotência e a incompetência desta equipa ministerial depende da presença e da mobilização de todos nós.

Vamos dizer PRESENTE!

Aquele abraço solidário (com o carácter e a firmeza dos princípios),

PROmova

Adenda:

Caros colegas,

Temos recebido inúmeros feedbacks a alertar para a exiguidade do espaço reservado para a realização do Encontro de Professores, agendado para as 10.00 horas do dia 7 de Junho, face à perspectiva de mobilização dos educadores e professores para este evento. Neste sentido, solicitamos o favor de os colegas nos fazerem chegar, via e-mail (profsmovimento@gmail.com) ou sms (962333988), uma intenção de participação no Encontro (em termos individuais ou em grupo de colegas – indicando o número de elementos), de molde a podermos efectuar uma previsão mais realista das presenças, que nos permita, atempadamente, disponibilizar o espaço mais apropriado.

Aquele abraço solidário,

PROmova

Professores proibidos de adoecer...

Ao que isto chegou: os professores estão proibidos de adoecer


Marina de Valência
Reparem neste caso. Um caso verdadeiro que se está a passar numa escola secundária e, com certeza, se passa em muitas outras.

Uma professora de Biologia foi atingida por um tumor na mama. Teve de realizar uma cirurgia. Entrou de baixa. À cirurgia, vai seguir-se uma temporada de quimioterapia. O caso aconteceu na semana passada, a pouco mais de um mês do final do ano lectivo. Na escola dessa professora, existe uma docente contratada com um horário de 8 horas semanais. Num país normal, o horário da professora de Biologia, vítima de um temor, teria sido entregue à professora contratada com um horário de apenas 8 horas semanais. Se isso acontecesse, a professora contratada ficaria com um horário de 22 horas, os alunos teriam aulas e os restantes professores de Biologia não seriam obrigados a dar aulas de substituição a turmas que não são suas. Mas este país deixou de ser normal. O que aconteceu? Aconteceu aquilo que não acontece num país normal: a professora vitima de cancro não foi substituída pela colega contratada com horário de oito horas. Nem foi substituída por um professor desempregado. Como estamos a um mês do final do ano lectivo, a colega vítima de cancro tem tido as suas aulas leccionadas pelos outros professores de Biologia do quadro da escola que, para além de cumprirem o seu horário lectivo, ainda têm de leccionar as 14 horas lectivas semanais da colega ausente por doença. E o calvário vai continuar até ao final de Junho. Não dá para acreditar? Pois não, mas é verdade. Esta situação passa-se em centenas de escolas do país.
Nota: os colegas têm casos destes nas escolas? Querem relatar

domingo, 25 de maio de 2008

Excerto da entrevista de Marçal Grilo

DA SERENIDADE E DO BOM SENSO
De toda a entrevista de Marçal Grilo, ontem, ao Público, RR e RTP2, destacamos:
Mas não é esse o problema das mexidas na educação?
"Aí estou com os professores, que se queixam muito das alterações sucessivas. Precisamos de serenidade e bom senso, porque as grandes guerras já não se ganham. Há um tempo para dialogar, decidir, unir, para separar, fazer a paz e a guerra. Neste momento é tempo para dialogar."
Fez sentido o tempo da guerra?
"Quando se tem uma grande vontade de atingir um determinado objectivo, tem de se ser muito determinado e mobilizar os meios necessários para atingir o objectivo. É como numa operação militar.Portanto, estamos a falar da avaliação dos professores.Isto não se aplica só à educação, é para quando se tem uma política pública para atingir um determinado objectivo. Quando esse objectivo leva a que se criem condições tão negativas, o objectivo passa a ser secundário em relação a ter o sistema a funcionar minimamente. Se queremos reformas na área da saúde ou educação, não podemos separar-nos completamente dos protagonistas que estão no terreno, porque são eles que vão dar corpo ao que se pretende fazer.Temos um conjunto de professores que fazem todos os dias o milagre de fazer funcionar muito bem as escolas públicas e privadas. Para que esses professores mantenham a sua capacidade e empenho no que fazem têm que ter estabilidade.Um estudo feito há uns anos sobre o stress dos professores mostrou que um dos factores é a contínua mudança de regras, obrigando a uma sobrecarga de preenchimento de papéis. A certa altura, têm dificuldade em acomodar essas mudanças e as escolas têm de ser verdadeiras organizações. Há ainda um número significativo de escolas sem liderança, equipa formada, objectivos definidos e meios mobilizados. As escolas vão ter de ser autónomas, por definição."

Sócrates no seu melhor...

Socialista de Meia-tigela

Socialistas de Meia Tigela

Vocês vejam lá o que o Santana Lopes foi dizer, que o Engenheiro "é um socialista de meia-tigela". Ninguém teria ligado muito a isso, afinal todos sabemos que socialismo ali só mesmo na casca do nome, que o sumo, esse já lho retiraram todo, se não fosse o “Vitelino Canas”, (personagem irritante, sempre com tiradas muito inteligentes, mas que sempre me deu vontade de rir), ter-se mostrado muito agastado com uma afirmação que considerou de «baixíssimo nível». Realmente deve ser muito ofensivo para o Engenheiro duvidarem do seu ideal socialista, da sua pureza das suas convicções. Coitado, isso não se faz, realmente. É de ficarmos todos, mas mesmo todos, muito indignados com tal blasfémia. O Sócrates socialista de meia-tigela. Isso não se diz ao Engenheiro. Coitado

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Carta de um Cidadão ao Sr. Presidente da República...

A INDIGNAÇÃO PROLIFERA MAS RESVALA NA CARAPAÇA DA INDIFERENÇA DOS POLÍTICOS, PR INCLUÍDO

23 05 2008

O conhecido advogado José Maria Martins escreveu esta carta ao Presidente da República. Acreditem que o que mais me impressiona é que cidadãos que vivem bem acima da média dos portugueses (tal como advogados e outros profissionais bem pagos) já sentem e escrevem coisas destas!

Exmº Senhor
Prof. Cavaco Silva
Presidente da República Portuguesa

Excelência

José Maria de Jesus Martins, cidadão português, advogado, com
domicilio profissional na Av. Defensores de Chaves, 15 , 3º A,
1000-109 Lisboa, toma a liberdade de junto de V. Exª manifestar o
seguinte:

1 - O jornal “Diário Económico” ,edição de hoje dia 29 de Abril de
2008, noticia , na primeira página, o seguinte:

” Estónia e Eslováquiva vão ser mais ricos que Portugal”. “A economia
portuguesa vai crescer menos em 2008 e 2009. Mesmo assim estará melhor
que a média da Zona Euro mas perde na União Europeia a vinte e sete.
“.

Como V. Exª sabe, até porque tem obrigação de saber, Portugal definha.
Hoje Portugal na União Europeia vai sendo ultrapassado por todos os
Estados Membros.

Em Portugal já há fome. As políticas de emprego são ineficazes. os
portugueses vivem cada vez mais nas margens dos melhores padrões de
vida da UE.

O Governo Português está a levar Portugal para a miséria, para a
vergonha de sermos piores que todos os outros.

Antes, nas décadas de 1960, 1970 e até 1985 os motivos indicados para
o declíneo de Portugal eram a ditadura, o fascismo.

Hoje, Portugal recebe todos os dias milhões de euros de ajudas da UE e
milhões de euros vindos dos emigrantes.

Portugal emagrece, os portugueses já não têm um sistema de saúde que
os proteja, emprego não há, as malas de cartão voltaram em força.

A emigração é a grande válvula de escape para o Governo afirmar que há
menos desemprego, quando afinal o que se passa é que os portugueses
que perderam o emprego nas fábricas emigram, os portugueses que embora
possuam uma licenciatura emigram, porque não têm meios de vida.

Onde e como foram aplicadas as ajudas da União Europeia?

Senhor Presidente, V. Exª não pode desconhecer que na União Europeia
Portugal caminha a passos largos para ser o último. E o último no que
diz respeito aos indices de crescimento, à criação de emprego, aos
padrões de nível de vida.

O Interior está cada vez mais desertificado. O Interior vai ficar sem
os mais velhos porque nem estes já têm estruturas de saúde para os
apoiar na velhice.

A classe política tem delapidado Portugal.

V. Exª não pode fechar os olhos a esta realidade.

Não temos Forças Armadas condignas. Andamos a enviar meia dúzia de
homens para a “cooperação” humanitária, sem meios e poder de fogo, o
que nos avilta, nos enfraquece.

V. Exª sabe que os portugueses estão desesperados. Famintos, sem norte.

Meia dúzia vive à tripa forra, manobram as riquezas nacionais. O resto
vive à rasca passando mal e sentindo que Portugal vai a caminho do
fim, sem influência no estrangeiro, sem rumo e sem norte.

A Lei de Gresham é também para ser aplicada aos membros do Partido
Socialista e não só a Santana Lopes.

Portugal não precisa de um monarca , porque é uma República. V. Exª
tem de tomar posição.

A resposta do Governo Português à noticia que a Estónia e a Eslováquia
vão ser mais ricos que Portugal, nada mais é que a materialização da
anedota que se conta da atitude e comportamento português cada vez que
um individuo cai de um prédio:

“Parte o braço direito, a perna esquerda e a perna direita, fractura o
crâneo e a bacia, e se diz”:Coitado, ainda teve sorte que não partiu o
braço esquerdo!”.

Quo Vadis Portugal?

Qual o Político Português que tem cara para junto dos órgãos da União
Europeia justificar esta miséria?

V. Exª deve ponderar qual a intervenção que deve ter. E intervenção
junto do Governo.O PR não pode calar. Ou então não tem razão de ser.

Não tarda que Cabo Verde , o Zimbabwe, o Burundi , o Mali, O Senegal,
o Equador, o Perú, tenham melhores níveis de vida que
Portugal.

V. Exª deve ponderar bem qual o papel do Presidente da República nesta
conjuntura. Algo tem der ser feito.

Esta miséria não tem justificação. Só a corrupção, o tráfico de
influências , o corporativismo, a incompetência dos políticos pode
justificar esta situação inqualificável, inadmissível.

Portugal está muito doente.

Os portugueses não compreendem o seu silêncio sobre esta realidade. Um
Presidente da República há-de servir para algo. E os portugueses não
sentem que sirva para os ajudar.

Cabe lembrar que em 1979 em artigo publicado , da minha autoria, no
jornal “Notícias de Évora” defendi que a Estónia , a Letónia e a
Lituânia, deveriam sair do jugo soviético.

Estes países hoje são mais desenvolvidods que Portugal!!!

Portugal caminha para graves convulsões sociais. Vamos sem rumo, sem
vergonha, dando um péssimo exemplo ao Mundo.

Nem com “toneladas” de euros que a União Europeia nos envia Portugal
cresce. Inqualificável!

Creia, Senhor Presidente da República, que tenho para mim que o PR
deveria ter tido outra posição quanto à questão da Universidade
Independente e a tudo o que a envolve, e não a posição que teve.

Digo-o, ao abrigo direito de livre opinião e expressão que a Convenção
Europeia dos Direitos do Homem me consagra.

Espero de V. Exª uma atitude, como esperam os portugueses, os jovens
da geração dos “500 euros” e os outros que já sentem vergonha deste
estado de coisas.

Com os meus respeitosos cumprimentos.

O cidadão Português
José Maria de Jesus Martins

A avaliação simplificada segundo o decreto regulamentar 11/2008 de 23 de Maio

Relativamente aos docentes que no ano escolar de 2007-2008 necessitam da atribuição da avaliação de desempenho para efeito de progressão na estrutura de carreira ou para o efeito da renovação ou celebração de novo contrato, o órgão de direcção executiva procede à aplicação de um procedimento de avaliação simplificado que inclui o seguinte:a) A ficha de auto -avaliação;b) A avaliação dos seguintes parâmetros pertencentes à avaliação efectuada pelo órgão de direcção executiva:i) Nível de assiduidade;ii) Cumprimento do serviço distribuído;iii) Acções de formação contínua.3 - Na ficha de auto-avaliação devem ser preenchidos todos os campos, ainda que alguns apenas parcialmente por não terem sido fixados objectivos individuais.4 - O parâmetro referido na subalínea iii) da alínea b) do n.º 2 só é considerado quando a obtenção de crédito de formação revestisse carácter obrigatório e existisse oferta financiada nos termos legais, aplicando-se ainda o disposto no n.º 5 do artigo 33.º do Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

INICIATIVA DO PROMOVA, PARA 7 DE JUNHO, EM VILA REAL

CONVITE

O Movimento PROmova não se conforma com o modo como a Plataforma Sindical hipotecou a indignação dos professores e desbaratou o capital de protesto que foi possível conglutinar, enveredando por manifestações folclóricas e esvaziadas de eficácia (penosamente, também esvaídas de participação), que veicularam uma mensagem falseada de pretensa concordância dos professores com o Memorando de Entendimento.

Como estamos convictos que os professores continuam a rejeitar o essencial da política educativa deste Governo, de que o novo modelo de avaliação, entre outros aspectos, é uma peça deplorável, o Movimento convida todos os educadores de infância e professores dos ensinos básico e secundário a participarem num ENCONTRO DE PROFESSORES a realizar no dia 7 de Junho de 2008, pelas 10.00 h, no auditório do Instituto Português da Juventude, em Vila Real (junto à Escola EB2,3 Diogo Cão), visando debater o estado actual de descontentamento da classe docente e definir as melhores estratégias de actuação, de acordo com a seguinte agenda:

1) Formas de organização e estratégias de intervenção futuras do Movimento PROmova.

1.1 Definição de um núcleo consensual de reivindicações e de ideias mobilizadoras.

1.2 Acções a concretizar no imediato e no próximo ano lectivo.

A força dos professores e a persistência da nossa luta contra a prepotência e a incompetência desta equipa ministerial depende da presença e da mobilização de todos nós.
Vamos dizer PRESENTE!

Aquele abraço solidário (com o carácter e a firmeza dos princípios),

PROmova

P.F. DIVULGAR O MAIS POSSÍVEL A INICIATIVA

Comme un pressentiment





La mer fascinera toujours ceux chez qui le dégoût de la vie et l'attrait du mystère ont devancé les premiers chagrins, comme un pressentiment de l'insuffisance de la réalité à les satisfaire.

Marcel Proust

"NOVAS OPORTUNIDADES" E "SUCESSO", CLARO!


Será que ainda há alguém que não entende que o GAVE deve ter, por certo, instruções para que o "sucesso" seja uma realidade e para que as "Novas Oportunidades" se transformem, de excepção, em regra? E chumbos? Não pode haver chumbos... ou já se esqueceram?

Quem passa os dias nos gabinetes navega no céu e voa pelos mares!

A notícia que segue é sintomática:


Educação: Soc. Matemática "repudia" críticas do director do Gabinete de Avaliação Educacional

Lisboa, 22 Mai (Lusa) - A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) considerou hoje "inexactas e infelizes" as declarações do director do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) sobre as críticas da SPM às provas de aferição, sublinhando que tem "competência" para as fazer.

Quarta-feira, em declarações à agência Lusa, o director do GAVE qualificou de "inadequadas" e "levianas" as críticas que a SPM tinha feito no dia anterior às provas de aferição da disciplina, questionando a capacidade técnica do grupo em matéria de avaliação educacional.

A Sociedade tinha criticado a existência de questões "demasiado elementares" nas provas de aferição de Matemática do 4º e 6º anos, afirmando que os resultados poderiam ser bem piores se os enunciados fossem "mais exigentes".

Hoje, em comunicado, a SPM "repudia em absoluto" as afirmações de Carlos Pinto Ferreira, afirmando que "tem a competência para criticar provas de matemática" e que tem igualmente "todo o direito de o fazer".

Reitera ainda que os enunciados contêm "um número exagerado de questões demasiado elementares", quer na prova do 4º ano, quer na do 6º ano, e que, "com provas tão fáceis", o Ministério da Educação está a "desautorizar o esforço dos professores que têm insistido com os seus alunos na necessidade de dominar bem o cálculo, o raciocinio e os conceitos matemáticos".

"Não há perguntas demasiado elementares mas sim com graus de dificuldade diferentes - mas é assim que as provas devem ser feitas. Só quem não percebe de técnicas de avaliação educacional é que pode fazer essa acusação", tinha afirmado Carlos Pinto Ferreira.

"O comentário do director do GAVE dá a entender que nunca, em circusntância alguma, poderia haver questões demasiado elementares, mas apenas questões de dificuldade variável. Discordamos, como é obvio", responde a SPM.

Em 2007, quatro em cada dez alunos do 6º ano tiveram nota negativa na prova de aferição de Matemática, enquanto no 4º ano quase 20 por cento dos alunos teve "Não Satisfaz".

Em relação a Língua Portuguesa, os resultados não evidenciaram discrepâncias significativas entre os dois anos de escolaridade: entre os alunos do 6º ano, 85 por cento obteve nota positiva, prestação alcançada por quase 90 por cento dos colegas do 4º ano.

Os resultados das provas de aferição das duas disciplinas serão divulgados a 18 de Junho.

In RTP1

ANTES E DEPOIS DE MAIAKOVSKI

Maiakovski (1893-1930) Poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin… escreveu, ainda no início do século XX:

            Na primeira noite, eles se aproximam
            e colhem uma flor de nosso jardim.
            E não dizemos nada.

            Na segunda noite, já não se escondem,
            pisam as flores, matam nosso cão.
            E não dizemos nada.

            Até que um dia, o mais frágil deles, entra
            sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,
            e, conhecendo nosso medo,
            arranca-nos a voz da garganta.

            E porque não dissemos nada,
            já não podemos dizer nada.


Depois de Maiakovski…


Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

    Bertold Brecht (1898-1956)



Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram
meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...


    Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.



Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...

Até quando?...

Sócrates, logo no dia da posse, atacou os farmacêuticos...Eu não disse nada, porque não sou farmacêutico.A seguir atacou os magistrados; também nada disse, porque não sou magistrado.Depois foi aos médicos e enfermeiros. Também nada disso é comigo.A seguir congelou as carreiras dos funcionários públicos. Quero lá eu saber, nem sou manga de alpaca.Maltratou os polícias, os militares, os professores... os padres também não escaparam!Aumentou os impostos.Aumentou a idade da reforma, a insegurança nas ruas, nas escola e até nas nossas casas.Ah! Mas criou “as novas oportunidades”, “o divórcio”, a insegurança, o crime, a violência, os “canudos” de férias e domingos.Hoje bateu à minha porta com a Lei da Mobilidade e atirou-me para o desemprego.Já gritei e ninguém me ouve, até parece que a coisa só me afecta a mim.O que os outros disseram foi depois de ler Maiakovski.Incrível é como, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio: porque a palavra há muito se tornou inútil…Até quando?...

terça-feira, 20 de maio de 2008

Em Setembro há mais e melhor...



Esta foto da manifestação de 17 de Maio em Lisboa, é a melhor que se arranjou para dar a ideia que não éramos assim tão poucos.

Juntando Lisboa, Porto, Coimbra e Évora, foram pouco mais de três mil os professores que sairam à rua. Na verdade, nem sindicatos, nem movimentos, nem ministério, ninguém esperava muito mais gente. Mesmo assim, foi melhor ter acontecido. Houve notícias boas (nas Tvs, na imprensa escrita nem por issso) e permite manter alguma coisa acesa, permite dizer que estamos vivos e não desistimos.

É verdade que o entendimento alcançado desmobilizou milhares de professores. Fica por contar o que teria acontecido caso o entendimento não tivesse sido assinado. Sobre isso uns dirão que a luta ia explodir, e que dezenas de milhares de professores e inúmeras escolas iam parar o processo de avaliação, viriam para a rua e obrigariam à demissão da ministra ou a um recuo mais significativo. Outros dirão que o processo de avaliação avançaria com toda a força na maioria das escolas e que nenhuma pequena vitória teria sobrado da grande manifestação de 8 de Março.

Mas houve aqui um equívoco. É que tendo-se mantido estas concentrações e manifestações regionais pós-entendimento, elas nunca podiam ter sido encaradas como “plenários para explicar o entendimento aos professores”, ou “para cumprir calendário”, mas sim como as únicas formas de fazer o governo recuar mais, muito mais. Os sindicatos tiveram medo. Receio de ter pouca gente, de ter pouca força. Mas se estavam marcados os protestos, eles deviam ter sido convocados com mais força e menos timidez. A ideia de que era preciso continuar a lutar ainda este ano lectivo não passou. A malta quis descansar e enganou-se. Em Setembro tem que ser a valer e a doer

Fusão do 1º Ciclo e 2º Ciclo , para não traumatizar as criancinhas, tadinhas...

Mas será que ainda ninguém entendeu qual o objectivo desta fusão? Mas alguém acredita que as crianças ficam traumatizadas, nesta idade, quando mudam de ciclo? Com os meus dois filhos passou-se exactamente o contrário: "Para o ano vou para a escola dos grandes". Não terá sido mais traumatizante o fecho das escolas do 1.º ciclo em que crianças se levantam às 7.30h para terem aulas às 9.00h e regressam a casa por volta das 18.30h-19.00h, onde deixaram de ter uma escola à porta de casa e passaram a frequentar escolas a mais 30, 40km de casa? Uma escola de Sol a Sol. Uma escola de Noite a Noite. Não terá sido isto o mais traumatizante e angustiante para crianças de 6, digo SEIS anos de idade? Não é desumano manter crianças desta idade fechadas em escolas, muitas delas piores das que fecharam, durante um dia inteiro com AEC na mesma sala de aula? Isto sim é que traumatiza estes inocentes que ainda não têm voz. Estamos a formar uma geração que irá dar muitos problemas no futuro. Basta ver como é que estas crianças chegam a casa: angustiadas, nervosas, conflituosas... e sempre muito cansadas. Este governo até obrigou as crianças a deixarem de ser crianças. Os pais ainda não pararam para pensar. Esta situação serve-lhes de feição. A obrigação é da escola em tomar conta dos seus filhos. Num tempo, ainda mais breve, não será decerto a escola e os professores a resolver os problemas lá de casa.
Tenho colegas em que os seus filhos cumprem a componente lectiva e o Inglês. O resto faz-se fora da escola. Os seus filhos aprendem noutras instituições de actividades recreativas e sobretudo na família. Com os pais, irmãos e avós.
Este famigerado défice que tudo funde e tudo desumaniza é a savalguarda deste maneira nova de governar. Hoje, mais do que nunca, as pessoas deixaram de ser pessoas e passaram a ser números. E como tal, tudo vale para atingir os meios. Como diz um economista muito conhecido: " Combater o défice é a coisa mais fácil para qualquer governo. Ninguém inventou nada de nada. O pior é como se reabilitam as pessoas. E isso levará anos e irá custar muito caro a este país". Se para tal andamos cegos basta ver e constar o que se passa perto de nós. As pessoas começam a deixar de viver para passar a sobreviver. Exagero? Talvez. Só que os n.ºs não mentem: mais pobres, pobreza envergonhada, desemprego, falta de dinheiro, mais assaltos, mais criminalidade...mais... mais... Como é triste, hoje, viver em Portugal. Cada vez mais longe da UE. E os novos estados é vê-los passar. Qual será a melhor solução? Adormecer e acordar daqui a uns anos num Portugal mais justo, mais fraterno, mais verdadeiro, mais solidário, mais...

Manuel Santos

segunda-feira, 19 de maio de 2008

MOÇÃO

PROFESSORES E EDUCADORES PELA DIGNIFICAÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE E PELA MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NAS ESCOLAS

O “Entendimento” recente entre Sindicatos e ME, no passado dia 17 de Abril, apenas resolveu problemas que se colocavam às escolas e aos professores, no plano imediato, designadamente no âmbito da avaliação de desempenho e dos horários de trabalho, abrindo, também, diversas perspectivas negociais sobre matérias importantes, quer no âmbito da carreira docente, quer da organização pedagógica das escolas.
Mas os problemas maiores que se vivem na Educação estão por resolver,
designadamente os que resultam:
— da imposição, pelo ME, de um estatuto de carreira que dividiu os docentes em
professores e titulares;
— da imposição de uma espúria prova para ingresso na profissão, entre outros aspectos extremamente negativos;
— de um modelo de gestão das escolas que não respeita princípios democráticos
essenciais;
— de um novo enquadramento sobre Educação Especial que nega princípios
fundamentais da escola inclusiva, entre muitos outros.
Como foi decidido na Marcha da Indignação dos Professores, que juntou 100.000
docentes em Lisboa, no passado dia 8 de Março, solucionados os problemas imediatos, a luta dos professores e educadores em defesa de uma profissão dignificada e valorizada e de uma Escola Pública de qualidade e para todos, vai continuar.
Uma luta cujos principais objectivos passam:

- Pela revisão do “ECD do ME”;

- Por outro modelo de avaliação de desempenho;

- Pelo fim da fractura na carreira e pela abertura, a todos os docentes, do acesso ao topo
da carreira;
- Pelo fim do absurdo exame de ingresso na profissão;

- Pela recuperação de todo tempo de serviço retirado os professores entre Agosto de
2005 e Dezembro de 2007;
- Por medidas que combatam a precariedade e o desemprego docente;

- Por um melhor funcionamento e organização pedagógica das escolas;

- Pela melhoria das condições de trabalho e de exercício da profissão;

- Pela gestão democrática das escolas, contra qualquer modelo assente no autoritarismo;

- Por um regime de Educação Especial que respeite todos os alunos com necessidades
educativas especiais, definidas no quadro das recomendações internacionais subscritas, também, pelo Estado Português;
- Por uma reorganização da rede escolar que não ponha em causa o direito
constitucional dos portugueses a uma Escola Pública de Qualidade;
- Por um financiamento adequado da Educação, o que exige o reforço de verbas em
Orçamento de Estado.
Os professores e educadores presentes nas Marchas Regionais, de dia 17 de Maio,
realizadas no Porto, em Coimbra, em Lisboa e em Évora exigem, ainda, do ME uma atitude negocial diferente da que foi adoptada ao longo dos três anos de mandato, aparentemente corrigida na sequência e por causa da Marcha da Indignação, e exige que a actual equipa ministerial, de uma vez por todas, passe a respeitar os professores e as organizações sindicais que os representam.
Nesse sentido, os docentes presentes empenhar-se-ão na defesa da dignidade que lhes
tentaram roubar, contribuindo para que seja devolvido às escolas o respeito que, por acção do ME e do Governo, se deteriorou.
Por fim, os professores e educadores declaram-se disponíveis para reforçarem a sua
acção e a sua luta, no sentido de alcançarem os objectivos a que se propõem e, muito particularmente, se o ME não respeitar os compromissos assumidos ou reiterar comportamentos de desrespeito.

Lisboa / Porto / Coimbra / Évora
17 de Maio de 2008

Ditadura democrática


 O Grande ditador

«José Sócrates explicou que, a reforma laboral, «esta reforma é da maior importância para o país que deve ter por base um novo consenso social que deve resultar da concertação». O primeiro-ministro assegurou que a reforma laboral vai avançar e garantiu que o novo Código de Trabalho vai ser posto em prática mesmo sem o acordo dos parceiros sociais, muito embora tenha dito que prefira a existência de um acordo.»

Concertação? Acordo? Anda o Engenheiro realmente à procura de um acordo ou de um “Ámen”? Que direitos e liberdades dá aos parceiros sociais que não concordem com a proposta apresentada? A de terem de estar de acordo? Diz o Engenheiro que a reforma vai avançar com ou sem acordo pelo que na prática a concertação é irrelevante e desnecessária. Há os bons, os que querem o avanço do país e, os maus que não aceitam nem calam a sua discordância. Há uma lei que nos vai ser imposta e o que nos pedem é que a aceitemos sem refilar. Anda o Engenheiro a correr para reuniões de militantes para tentar criar uma força que trave uma contestação social muito forte, isolando-a politicamente na esquerda. Quem não estiver de acordo é comunista ou está ao seu serviço. O Engenheiro sabe que a rua o pode matar. O Engenheiro assustou-se com os professores nas ruas. O Engenheiro compreendeu que a rua o pode matar. Haja vontade, haja participação na luta, vamos para a rua, vamos gritar não ao Engenheiro, não na prossecução de nenhuma estratégia partidária ou sindical mas na certeza que iremos até ao fim, até o derrotarmos.
Isto é o que eu defendo porque acredito que é possível ser feito, embora receie que possam fazer deste tempo o tempo certo para nos imporem esta lei pela calada, da celebração dos golos do Europeu de futebol ou entre dois mergulhos nos primeiros dias de calor e praia. A decisão tem de ser nossa, pois como sempre, o poder está nas nossas mãos, desde que unidas. Falta saber o que queremos e sabemos fazer com ele.

Do nosso colega wehavekaosinthegarden

Comentário:

De facto vivemos em plena ditadura democrática. Sócrates e o seu governo dito "socialista" impõe tudo, nada negoceia, ou finge negociar. É o que se está a passar na concertação social onde vai impor o famigerado Código do Trabalho, aliás, vai agravá-lo de tal forma que todos os trabalhadores deste país passarão a precários! E ainda diz que vai combater a precariedade! É preciso ter desplante e pouca vergonha! Por isso se afadiga a ver se arranja algum "sindicatozinho" que dê o aval ao Código. É altura de dizer basta! Sócrates e o seu governo da treta Rua Já!

Mais um poema de António Aleixo

Que importa perder a vida
em luta contra a traição,
se a Razão mesmo vencida,
não deixa de ser razão.

São parvos, não rias deles,
deixa-os ser, que não são sós:
Às vezes rimos daqueles,
que valem mais do que nós.

Julgando um dever cumprir,
sem descer no meu critério,
Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!

António Aleixo

Poema de António Aleixo

O algarvio António Aleixo era cauteleiro e analfabeto.

Ficou conhecido pelas suas quadras de cariz popular e conteúdo social e humanista.

Ocorreu em 1999 o centenário do seu nascimento e o cinquentenário da sua morte.


Embora os meus olhos sejam

os mais pequenos do mundo

o que importa é que eles vejam

o que os homens são no fundo.


Tem quase um palmo de boca

não pode guardar segredos;

porém a testa é que é pouca :

tem pouco mais de dois dedos.


Engraxadores sem caixa

há aos centos na cidade,

que só usam da tal graxa

que envenena a sociedade.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Violência numa escola em Montemor-o-Velho

Aluno parte óculos a professor



A atitude repete-se e começa a ser preocupante: "Professor, vou-te partir os óculos!" Ao ouvir a frase, proferida por um aluno de 12 anos, do 1º Ciclo da Escola Básica Integrada de Pereira, em Montemor-o-Velho, o docente ainda conseguiu virar-se, mas não a tempo de evitar o estrago.
In CM de hoje

Comentário meu:

Ora bem!

Analisando esta e outras situações de violência em crescendo, e fazendo uma retrospectiva até ao ano da graça em que esta Ministra entrou em acção, verifica-se que a violência nas escolas aumentou desde as célebres aulas de substituição. Se não vejamos. Quem gosta de estar num sítio contrariado? Ninguém! Quem gosta de ter aulas contrariado? Ninguém!
Ora as aulas de substituição são só por si uma violência, para além da violência à carga horária a que os alunos estão sujeitos. estes jovens precisam de tempo e espaço para eles, não precisam estar encurralados numa escola o dia inteiro, acumulando tensões que geram violência. Claro, que os professores é que pagam as favas! Quem é que está com eles o dia todo? Os professores, logo os professores são os culpados por eles estarem lá contra a sua vontade...
Se bem me lembro (como dizia Nemésio) quando nos meus tempos de estudante faltava um professor era uma festa, era uma horinha para descontrair, conviver, etc. Nós sabiamos que não tinhamos obrigatoriedade de gramar pseudo aulas de substituição. E caso curioso, os resultados eram bem mais positivos, em todos os sentidos.
Caro colega Matias, desta ministra incompetente tudo se espera, até o mais inconcebível... Pois não foi ela que fez este estrago à educação? Agora a próxima equipa ministerial (espero que seja em breve) tem que deitar toda esta treta pró lixo e começar da estaca zero. Porque o trabalho da MLR e seus acessores é uma nódoa na educação, que só sairá com benzina...

Amanhã nova ,manifestação. Força!!

Esperemos por melhores dias!

A majoração da estupidez avaliativa...

Segundo o Diário de Notícias e com a devida vénia...
Quotas de Excelente e Muito Bom irão variar entre estabelecimentos
O resultado da avaliação externa das escolas, que o Ministério da Educação está a conduzir, vai ter consequências na carreira dos professores que ali leccionam. Isto porque, segundo anunciou ontem o secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira, os estabelecimentos que registem melhores desempenhos serão discriminados positivamente na percentagem de classificações de "Excelente" e "Muito Bom" que poderão dar aos seus docentes, sendo que estas notas permitem progredir mais rapidamente na carreira.A revelação de Jorge Pedreira surgiu no final da primeira reunião da comissão paritária de acompanhamento do processo de avaliação, que inclui o Ministério e representantes de doze estruturas sindicais. O secretário de Estado explicou que as quotas para atribuição das melhores notas serão "muito aproximadas" das que se aplicam na generalidade da administração pública. Ou seja: os valores deverão situar-se nos 5% para as classificações máximas e 20% para as imediatamente inferiores. O governante admitiu, no entanto, que "haverá também, neste caso, majorações para as escolas que tenham melhor avaliação externa".

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Poema de Miguel Torga

Um poema de Miguel Torga



ARIANE

Ariane é um navio.
Tem mastros, velas e bandeira à proa,
E chegou num dia branco, frio,
A este rio Tejo de Lisboa.

Carregado de Sonho, fundeou
Dentro da claridade destas grades...
Cisne de todos, que se foi, voltou
Só para os olhos de quem tem saudades...

Foram duas fragatas ver quem era
Um tal milagre assim: era um navio
Que se balança ali à minha espera
Entre as gaivotas que se dão no rio.

Mas eu é que não pude ainda por meus passos
Sair desta prisão em corpo inteiro,
E levantar âncora, e cair nos braços
De Ariane, o veleiro.

MIGUEL TORGA Prisão do Aljube - Lisboa, 1 Jan 1940

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O currícula da Sinistra... Espantoso!!


Interessante é ver como em Portugal um Professor que NUNCA FOI AVALIADO chega ao topo da Carreira Docente (Ministra da Educação!) e se põe a disparar em todos os sentidos contra os Profs.-não-avaliados.

Vejamos, a Drª Maria de Lurdes tirou o antigo 5ºano ( 5º !!! - actual 9º ) ano e ingressou no Magistério Primário(naquele tempo eram dois anos de curso).
Deu aulas na Primária até se inscrever no ISCTE (com o 5ºano + 2 anos de Mag. Primário!).
Ao fim de 5 (CINCO) anos de estudos em curso nocturno,sai com um DOUTORAMENTO que lhe permitiu dar aulas ( ?! ) no ISCTE, por acaso onde o sr. Engenheiro Socras fez a pós-graduação(mestrado?) a seguir à "licenciatura" ??????? da UNI.
Digam lá que não lhe deu um certo jeito nunca ser PROFESSORA AVALIADA!
Do outro lado da barricada, também era CONTRA a avaliação dos Professores, não era, Drª Maria de Lurdes?
Pelo menos o seu ex- Professor Iturra diz que sim...e ainda nenhum ex-aluno veio aqui para os fóruns gabar-lhe os dotes docentes!

Não teremos mesmo melhor?
Os professores poderão lidar com os alunos como a Srª lida com os professores?
Exigir-lhes tudo ensinando pouco e com tão parco exemplo?

O primeiro-ministro violou a Lei do Tabaco...

O primeiro-ministro do governo que aprovou a Lei do Tabaco (com a qual, globalmente, eu concordo), o primeiro-ministro que fala permanentemente em rigor, o primeiro-ministro que impôs draconianos sacrifícios aos portugueses, o primeiro-ministro que repetidamente discursa sobre a exigência e a prega a tudo e a todos, é o mesmo primeiro-ministro que se considera isento de tudo aquilo que impõe aos outros.
Infelizmente, não é uma novidade, já o sabíamos. Hoje, só tivemos mais uma confirmação: ficámos a saber que o primeiro-ministro se considera dispensado da proibição de fumar dentro de um avião e, portanto, segundo conta o Público e o Diário de Notícias, tirou umas valentes fumaças durante a sua recente viagem até à Venezuela. Este primeiro-ministro considera-se acima dos deveres e do rigor que exige a todos os portugueses, e vai demonstrando isso recorrentemente.
Desta vez, considerou que tinha o direito de ir poluir o ar da zona de serviço do pessoal de bordo do avião em que viajava. Isto é, não só fumou, quando não o podia fazer, como foi fumar para o local onde se concentra quem está a trabalhar. Ora se a Lei do Tabaco foi feita para proteger quem não fuma, conforme o governo não se cansou de publicitar, possuído de que direito se acha o primeiro-ministro de violar o direito dos outros? Ou considera ele que o fumo dos cigarros que fuma é um fumo especial, que não polui pulmões alheios?
Esperemos que, no regresso, não nos surja um primeiro-ministro com a justificação bacoca de que o avião era fretado e portanto dispensado de cumprir a lei.
Do ponto de vista jurídico, já responderam a isso dois ilustres constitucionalista, Jorge Miranda e Vital Moreira, afirmando, sem dúvidas, que o chefe do governo violou a Lei do Tabaco.
Mas mais grave do que a violação jurídica é a violação ética: o primeiro-ministro violou o dever de dar o exemplo e violou o dever de respeito por quem estava a trabalhar e o estava a servir.
A extensão do rol deste tipo de comportamentos, isto é, de comportamentos de absoluta contradição entre aquilo que diz e aquilo que faz, é já insuportável.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Luta dos Professores continua...

A luta dos professores continua com as Marchas de Sábado, dia 17 de Maio

No dia 17 de Maio (sábado) decorrerão em Lisboa (Alto do Parque Eduardo VII), Porto (Pç. D. João I), Coimbra (Pç. da República) e Évora (Pç do Giraldo) , às 15h00, manifestações regionais de protesto dos educadores e professores.
Matérias fundamentais como, por exemplo, a avaliação do desempenho, a carreira e a gestão, estão na origem destas acções em defesa de uma melhor Escola Pública de Qualidade para Todos.


A luta dos professores continua:
- Pela revisão do “ECD do ME”;
- Por um outro modelo de avaliação de desempenho;
- Pelo fim da categoria de titular e consequente abertura, a todos os docentes, do acesso ao topo da carreira;
- Pelo fim do absurdo exame de ingresso na profissão;
- Pela recuperação de todo tempo de serviço retirado os professores entre Agosto de 2005 e Dezembro de 2007;
- Por medidas que contribuam para combater a precariedade e o desemprego docente e, simultaneamente, para um melhor funcionamento e organização pedagógica das escolas;
- Pela melhoria das condições de trabalho nas escolas;
- Pela gestão democrática das escolas e contra um modelo assente no autoritarismo;
- Por um regime de Educação Especial que respeite todos os alunos com necessidades educativas especiais, definidas no quadro das recomendações internacionais subscritas, também, pelo Estado Português;
- Por um financiamento adequado da Educação, o que exige o reforço de verbas em Orçamento de Estado

Composição na prova de Língua Portuguesa...

O papel da escola eu "axo" que é igual a um papel qualquer de A4


Composição na prova de Língua Portuguesa de aluno do 9º ano.
Clique em cima da foto para ampliar e poder ler esta pérola.

Ser Professora de Língua Portuguesa nos CEFs...

E cum caraças, o homem fartou-se de martelar! A fina análise textual de um aluno de CEF


Ser professora de Língua Portuguesa nos CEFs
Carta de uma professora
ao "Expresso""

Este ano lectivo, a minha escola abriu dois cursos de educação e
formação: Electricista de Instalações e Assistente Administrativo. Sou
professora de Língua Portuguesa e, normalmente, é possível aos
docentes que pertencem ao quadro escolher os níveis que querem
leccionar. Mesmo não tendo sido opção minha leccionar em turmas destes
cursos, fui presenteada com quinze seres, projectos de electricistas
de instalações, com idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos. (
... )
Fotocopiei o programa curricular dos módulos correspondentes ao 1º dos
dois anos do curso. Fiquei logo céptica quando vi que, para futuros
electricistas, os programas previam a leitura orientada de obras
literárias como 'Falar Verdade a Mentir', de Almeida Garrett e 'A
Saga' de Sophia de Mello Breyner Andresen.
É certo que a cultura nunca ocupa lugar e também é certo que fica
sempre bem a um electricista saber as características do teatro do
séc. XIX ( ... ), assim como a interessante história do mentiroso
Duarte do 'Falar Verdade a Mentir', não vá de repente ser preciso que
o electricista, no exercício da sua profissão, precise mesmo de falar
verdade, embora estando a mentir ...
Também pode, a qualquer momento, ser necessário que o futuro
electricista precise de dividir orações ( ... ).
Por favor, cérebros iluminados e destacados para conceberem os
programas curriculares deste tipo de cursos, não sejam líricos!!! (
... ) Venham até Condeixa-a-Nova ( ... ) e assistam à minha aula de
Língua Portuguesa. Vão gostar de ver os 15 fabulosos projectos de
electricistas a pedirem que não lhes ensine tais matérias pois não
lhes servirão para exercer melhor a profissão e porque lhes tinham
dito que, nestes cursos, "as coisas" iam ser diferentes, sem matéria
"chata", só com assuntos ( ... ) relacionados com a vida mais prática
(,,)
E assim vamos andando, rindo até com certas tiradas dos formandos, com
as suas análises de texto boçais e bestiais, vazias de encanto poético
mas cheias de conteúdo telúrico, para ser eufemística... Se não, vejam
a veia poética de um formando, que, após a leitura da frase "... e
Hans foi pai de cinco filhos", do conto 'A Saga' de Sophia de Mello
Breyner, o único comentário de análise textual que conseguiu fazer
foi:
"- E cum caraças, o homem fartou-se de martelar!!!" ....

Anabela Rosa Louro
Gomes Estêvão

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Um exemplo a seguir...

Como o Reino Unido está a resolver o problema da indisciplina nas escolas
O exemplo britânico. Os pais dos alunos com comportamentos violentos nas escolas britânicas vão passar a ser multados num valor que pode ir até aos 1450 euros. 'As intimidações verbais e físicas não podem continuar a ser toleradas nas nossas escolas, seja quais forem as motivações' sublinhou a Secretária de Estado para as Escolas. Disse também que ' as crianças têm de distinguir o bem e o mal e saber que haverá consequências se ultrapassarem a fronteira'. Acrescentou ainda que 'vão reforçar a autoridade dos professores, dando-lhes confiança e apoio para que tomem atitudes firmes face a todas formas de má conduta por parte dos alunos'. A governante garantiu que 'as novas regras transmitem aos pais uma mensagem bem clara para que percebam que a escola não vai tolerar que eles não assumam as suas responsabilidades em caso de comportamento violento dos seus filhos. Estas medidas serão sustentadas em ordens judiciais para que assumam os seus deveres de pais e em cursos de educação para os pais, com multas que podem chegar às mil libras se não cumprirem as decisões dos tribunais'. O Livro Branco dá ainda aos professores um direito 'claro' de submeter os alunos à disciplina e de usar a força de modo razoável para a obter, se necessário.
Em Portugal, como todos sabemos, o panorama é radicalmente diferente. Por cá, continua a vingar a teoria do coitadinho: há que desculpabilizar as crianças até ao limite do possível, pois considera-se que o aluno é intrinsecamente bem formado, o que o leva a assumir comportamentos desviantes são factores externos (contexto social e familiar) que ele coitado não consegue superar. Temos assim que o aluno raramente é penalizado e quando o é, os castigos ficam-se na sua maioria por penas ligeiras, não vá correr-se o risco de o menino/a sofrer traumas que o podem marcar para o resto da vida. As notícias sobre actos de vandalismo, de agressão, de indisciplina e de violência praticados em contexto escolar que, com progressiva frequência vamos conhecendo, deviam merecer da parte de quem tutela a educação, medidas mais enérgicas que infelizmente tardam em chegar.

Mais uma razão para não votares PS

Hoje no jornal da manhã do canal 1, foi noticiado que os deputados do partido socialista já deram só nesta legislatura, mais de 500 faltas!! E que o líder da bancada parlamentar apelou aos colegas para terem cuidado com as faltas, para não ficarem mais faltosos que os sociais democratas (que pelos vistos terão mais faltas ainda!). Quase todas as faltas foram justificadas por doença.

Sr. Primeiro ministro:Para quando um estatuto da "carreira" de deputado que os impeça de faltar? E ainda por cima por doença? Com que então eles podem ficar doentes? Afinal eles são gente , nós é que não.Em que é que eles são penalizados por faltar?O que é que eles são mais que os professores?Eles não são pagos pelo orçamento de estado?Eles não gastam tanto ou mais (350 deputados?) como os 150 mil professores?Que é que eles fazem de útil por este país? (só uma coisinha, please?)É por estas e por outras que o senhor me está encravado, com o um espinho no pé!É por estas e por outras que eu não votei, não voto, nem votarei PS.Não farei campanha a favor de qualquer partido, mas campanha contra o Partido Socialista.

Debandada geral...

Mais de 9800 funcionários públicos vão reformar-se no primeiro semestre deste ano, um nível próximo do registado em igual período de 2007, embora o número de novos reformados atinja o máximo mensal de 28 meses em Junho. Desses, quase 30% pertencem aos quadros do Ministério da Educação. Leia o resto da notícia no Sol Online.
O jornal das 21 horas da RTPN deu um destaque a esta notícia, dando a palavra a duas professoras que optaram pela reforma antecipada por não conseguirem aguentar a carga burocrática e o mau ambiente nas escolas. O objectivo do ME está a ser atingido: reduzir drasticamente o número de professores que estão no topo da carreira, forçando os mais antigos e mais experientes a abandonarem a profissão com elevadas penalizações nas refomas. Ao ritmo a que esta debandada está a ocorrer, dentro de meia dúzia de anos os custos com os salários do pessoal docente vão decrescer mais de um terço.

Extinção de CFAEs...

Mais sobre a extinção de CFAEs da Região Centro
Os directores dos centros que forem anexados a outros centros deixarão os lugares e voltarão às suas escolas. Provavelmente até Março de 2009 haverá novo concurso para directores ou gestores de formação, como, provavelmente, passarão a ser designados. Não é ainda claro como é que os directores dos CFAEs que regressarem às escolas, em consequência da extinção de centros de formação, irão ser avaliados. Na reunião entre a DREC e os PCEs da Região Centro houve diálogo e flexibilidade. Algumas propostas feitas por PCEs foram aceites.Há vários critérios a ter em consideração no processo de reorganização dos CFAEs. Um deles é o número de professores. Mas a dispersão geográfica também é tida em conta. O processo de reorganização dos CFAEs faz algum sentido, embora se intregre no âmbito das medidas de redução das despesas. A redução do número de CFAEs revela sensatez. Receio, no entanto, que haja exagero e que se aproveite o momento para eliminar metade dos centros de formação. O processo parece estar concluido na DREN e na DREC.Alguém sabe o que está acontecer na DREL? Já houve reunião com os PCEs da DREL? Julgo que ainda não houve.

domingo, 11 de maio de 2008

Ferreira Leite critica "curso à Sócrates"

PSD: Candidata contra "canudos que dão para tudo"
Manuela critica "curso à Sócrates"
"A ideia de que se tem um canudo estilo
engenheiro Sócrates, que dá para tudo, já não
serve e o desemprego de jovens licenciados está
ligado a esta questão: ou bem que o canudo tem
algum significado, ou não serve para nada neste
momento." A frase é de Manuela Ferreira Leite
proferida ontem em Lourosa, Santa Maria da Feira,
perante uma plateia de jovens sociais-democratas.
Num encontro que serviu para divulgar os
mandatários da juventude, entre eles Joaquim
Biancard Cruz, a antiga ministra das Finanças e
da Educação lembrou que hoje "precisamos de um sistema educativo sólido".
Em 2007, o percurso académico do primeiro-ministro gerou grande polémica.Ao proferir estas palavras, Ferreira Leite quis
transmitir que "acabaram os empregos para toda a
vida e hoje a formação não termina quando se
conclui um curso na universidade", num dia de
périplo pelo norte do País, tal como os seus
adversários Pedro Passos Coelho e Santana Lopes.E, se durante a tarde, Ferreira Leite fez
intervenções para dentro do PSD, defendendo que
"todos cabem" no partido, assegurando que se
vencer terá de "saber lidar com as críticas", no
final do dia falou sobre Educação. Na ocasião,
lembrou que os jovens devem ser empreendedores
sem depender do Estado. Antes, atacou o modelo de
desenvolvimento baseado nas Obras Públicas.Correio da Manhã
11 Maio 2008 - 10h48

MovimentoProfessoresRevoltados@gmail.com: Um PowerPoint elucidativo

MovimentoProfessoresRevoltados@gmail.com: Um PowerPoint elucidativo

Hino ao(à) professor(a)

Hino ao(à) professor(a)



CONDOR
Quando a ventania te fustiga
E a voz do trovão te abalroa;
Quando as vagas te batem na proa
E a tempestade não se mitiga,
Porque temes a fúria inimiga,
Porque te encolhes, professor,
Se possuis nas nervuras da mão
A força bruta de um tufão?

Quando vês a seara ameaçada
Pela pulha praga predadora,
E a tua lide geradora
Se agiganta multiplicada,
Porque choras na eira estragada
Porque te conformas, professor,
Se possuis nas nervuras da mão
A energia que brota do chão?

Quando o labor do teu longo dia
Se confunde com a noite escura,
E a cava voz da conjuntura
Te acusa de ócio e de abulia,
Porque atrofias a rebeldia,
Porque consentes, ó professor,
Se possuis nas nervuras da mão
A seiva da nova geração!

Tu, que trazes cavadas no peito
As fundas chagas da humilhação,
Porque aceitas essa condição?
Porque choras o trilho desfeito
E te anulas num nicho sem preito?
Porque te curvas, ó professor,
Se possuis nas nervuras da mão
O tal respeito que te não dão?

Porque receias, ó professor,
Ser livre e voar como um condor?

sábado, 10 de maio de 2008

Atribuição de Excelente e Muito Bom...

Serão raros os docentes que poderão tirar benefícios da atribuição de dois excelentes consecutivos


A atribuição de Excelente e Muito Bom é mais uma das "pérolas" bem escondidas do Estatuto da Carreira Docente.

Tido como bandeira e usado como escudo de defesa pela senhora ministra que não se cansa de repetir que o ECD propõe uma avaliação de desempenho que valoriza a excelência, distingue e premeia quem apresenta melhor desempenho.

Pois é MENTIRA, como se pode constatar pela análise cuidada do artigo 48º ECD.



Artigo 48º

Efeitos da avaliação

1- A atribuição da menção qualitativa de Excelente durante dois períodos consecutivos de avaliação de desempenho determina a redução de quatro anos de serviço docente exigido para efeitos de acesso à categoria de professor titular.

(...)

Analisemos então:

Para a obtenção de 2 Excelentes consecutivos são precisos 4 anos.

Os professores podem aceder à categoria de professor titular com 18 anos de serviço.

Pelo que, só os professores com menos de 12 anos de serviço poderão beneficiar desta redução.

Como sabemos, são muito poucos os professores com menos de 12 anos de serviço em condições de sonharem com tal menção, sendo que, muitos nem do quadro serão.

Comissão paritária reuniu ontem...

Comissão paritária reuniu ontem pela primeira vez



Reuniu na tarde 9 de Maio, pela primeira vez, a Comissão Paritária criada na sequência do "Memorando de Entendimento" entre o ME e os Sindicatos, e que visa acompanhar o processo de implementação da avaliação e preparar as negociações, previstas para Junho e Julho de 2009, de onde decorrerá a sua alteração.

Foi uma reunião em que, sobretudo, se discutiu o método de organização e de trabalho, ficando claro que os Sindicatos, através desta comissão, terão acesso a todos os documentos provenientes das escolas e do CCAP, mas darão nota, também, de informações e dados que recolham directamente dos professores.

Para além da recolha que fará através dos delegados e dirigentes sindicais directamente nas escolas, a FENPROF criou já uma "linha verde de e-mail" especificamente para esse efeito. Os professores poderão enviar denúncias para a linha verde de e-mail, no caso de existirem, nas suas escolas, ilegalidades ou exorbitâncias no processo de avaliação de desempenho. Consideram-se ilegalidades, prepotências e exorbitâncias a aprovação de fichas de avaliação de desempenho que contrariem o decreto regulamentar da avaliação simplificada.

Entretanto, ficou já prevista nova reunião para dia 23 de Maio, onde, entre outros aspectos, voltará à mesa da discussão o despacho ministerial que contém as fichas e grelhas de avaliação.

À margem da Ordem de Trabalhos, a FENPROF solicitou o relatório do ME sobre os edifícios escolares que contêm amianto.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Poema de Bocage

Liberdade, onde estás? Quem te demora?

Liberdade, onde estás? Quem te demora?
Quem faz que o teu influxo em nós não caia?
Porque (triste de mim!), porque não raia
Já na esfera de Lísia a tua aurora?


Da santa redenção é vinda a hora
A esta parte do mundo, que desmaia.
Oh!, venha... Oh!, venha, e trémulo descaia
Despotismo feroz, que nos devora!

Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo,
Oculta o pátrio amor, torce a vontade,
E em fingir, por temor, empenha estudo.


Movam nossos grilhões tua piedade;

Nosso númen tu és, e glória, e tudo,

Mãe do génio e prazer, ó Liberdade!


(Bocage)

Avaliação do desempenho atingiu o ridículo...


O método das 96 condutas ou como a avaliação de desempenho atingiu o ridículo

O célebre método das 96 condutas é uma peça que ajuda a compreender os malefícios do modelo de avaliação de desempenho imposto pelo decreto regulamentar 2/2008. O método está ser divulgado numa acção de formação para PCEs e coordenadores de departamento e custa 200 euros. A acção de formação "oferecida" pelo INA está a ter uma aceitação grande entre os PCEs e coordenadores de departamentos. Apesar de custar 200 euros, a procura foi tão grande que algumas ofertas esgotaram. De entre algumas pérolas, eu destacaria 6 condutas:"o professor cria ferramentas de controlo da sua actividade e dos outros"."O professor inova com ideias jamais testadas em alguam lado" (esta, além de perigosa é louca!-sublinhado meu)."O professor cria e implementa processos claros e reconhecidos pelos alunos para facilitar a sua disponibilidade e apoio aos mesmos"."O professor disponibiliza-se para actividades que ultrapassem as suas obrigações horárias e profissionais" (Esta é inacreditável! E por que não o professor disponibilizar-se para adoptar um aluno violento e levar para casa os alunos cujos pais trabalham de noite?)."O professor não gera mau ambiente no local de trabalho" (um professor que questiona e que reage aos atropelos e ilegalidades provoca mau ambiente?)."É receptivo à mudança" (mesmo que sejam mudanças tolas ou para pior?).É bem possível que esta lista de 96 condutas seja apropriada para fazer a avaliação de desempenho nas empresas que vendem bens materiais e serviços. O que eu sei é que é inadequada para fazer avaliação de desempenho de profissionais que trabalham em escolas, ou seja, em instituições que produzem bens espirituais (conhecimento). Estou certo de que o formador procura fazer o melhor que lhe é possível e é um profissional com credenciais em avaliação na área empresarial. O problema central não está nem no formador nem nesta acção de formação: está no decreto regulamentar 2/2008, que impõe um modelo de avaliação de professores que é próprio das organizações que vendem bens materiais e não das escolas. O cerne do problema está na política de educação seguida pelo Governo, uma política empresarial para as escolas, e na legislação aprovada, em particular o ECD, que desfigura a profissão docente e pretende fazer dos professores funcionários sem autonomia profissional e sujeitos a uma avaliação comportamentalista, segmentada e burocrática, de todo incompatível com as verdadeiras funções do professor.
Para saber mais sobre este assunto, visite o blog Terrear

Mais um "caso pontual": jovem esfaqueado dentro da escola


Um jovem de 18 anos foi esfaqueado, ontem, por um colega de 17 anos, no interior da Escola Secundária Matias Aires, no Cacém. O caso aconteceu às 09.30 e o ferido foi transportado para o hospital Amadora-Sintra. Com ferimentos ligeiros no ombro, o ferido acabou por ter alta poucas horas mais tarde.

O jovem agressor foi detido "por posse de arma ilegal", afirmou uma fonte da PSP à Lusa. Entretanto, o jovem foi presente ao juiz no Tribunal de Sintra. O DN não conseguiu, em tempo útil, apurar quais as medidas de coacção a que este foi sujeito. Mas, fonte da PSP disse, ao DN, que este deveria ser acusado de, pelo menos, "ofensa à integridade física". Leia o resto no DN Online.





Comentário


MLR não irá falar de mais "este caso pontual". Ficará calada. Não dirá uma palavra. Guardará energias para, em mais uma das suas intervenções públicas, afirmar que "a escola mudou de missão, já não é só um sistema de aprendizagem, tem que cumprir os novos sinais sociais" e outras balelas do mesmo tipo. Cala o essencial e insiste demais no acessório.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Avaliação do desempenho...

Versão definitiva do decreto regulamentar da simplificação da avaliação de desempenho


Já foi divulgada a versão definitiva do decreto regulamentar da simplificação da avaliação de desempenho. Leia aqui.


Comentário

Repare-se no ridículo: um decreto regulamentar para regulamentar um decreto regulamentar (o dec regul 2/2008) que, por sua vez, regulamenta o decreto lei 15/2007 (ECD). Quem vier a fazer a história da educação destes últimos três anos terá uma enorme dificudade em perceber esta floresta de enganos.

É caso para dizer: tanto trabalho para nada. As energias e o tempo que a incontinência legislativa rouba aos professores. Tudo teria sido mais simples se o primeiro decreto regulamentar tivesse sido este: o último. Uma avaliação de desempenho simplificada é mais do que suficiente para avaliar o desempenho dos professores. O que importa verificar é se os docentes deram as aulas que lhes foram atribuídas, desepenharam com eficácia o serviço que lhes foi distribuído e fizeram formação contínua. Tudo o resto é uma pura perda de tempo.

Soneto para a Milú...

SONETO À MANEIRA DE CAMÕES

Tão mesquinha e tão vil, tu que pariste
As normas do estatuto do docente,
Não tens nada de humano, não és gente,
Nada mais que injustiças produziste.

Se lá nesse poleiro aonde subiste
O estado do ensino tens presente,
Repara como és incompetente,
Como a classe docente destruíste.

Se pensas que esta gente está domada,
Te aceita a ti, ao Valter e ao Pedreira,
Estás perfeitamente equivocada:

Em breve encontraremos a maneira
De vos correr p'ra longe à cacetada,
Limpando a educação de tanta asneira!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Projecto curricular de turma

Projectos curriculares de turma: um exemplo e uma crítica
Os projectos curriculares de turma são documentos importantes para que os professores possam adaptar e flexibilizar o currículo oficial tendo em conta as necessidades educativas da turma. Veja este projecto curricular de turma e repare nos aspectos positivos e negativos que ele contém.


Comentário meu:
Onde está a participação dos Encarregados de Educação no PCT? Afinal eles também estão representados nos concelhos de turmas, excepto na avaliação...

Entrevista da Ministra na TVI

Foi difícil aguentar até ao fim, mas vi

Ainda pensei em não ver, mas a insistência de colegas levou-me a ficar meia hora de olhos postos na TVI. Foi ontem, entre as 21:10 e as 21:40. Estoicamente, aguentei ver a entrevista que a jornalista Constança Cunha e Sá fez a MLR. Conclusões a tirar:
1.Constança Cunha e Sá estava pouco preparada, muito nervosa e com má dicção.
2.MLR foi trapalhona quando falou sobre o Estatuto do Aluno: invocou artigos errados e disse asneiras a propósito da legislação que o suporta.
3.MLR não larga a cassete: rigor, mérito, avaliação, responsabiliade das escolas e autonomia. Só que ela lança para o ar essas palavras e restira-lhes a substância. Usa-as como meros slogans que, de tanto serem repetidos, passam por verdades.
4.Constança Cunha e Sá não soube exercer o cotraditório porque é muito difícil a um não jurista e a um não especialista mover-se no território minado e labríntico da legislação escolar, tantos são os decretos, decretos regulamentares, portarias e despachos. Uma floresta de enganos!
5.MLR voltou a defender as progressões automáticas e disse que se podia atingir esse objectivo de forma natural, leia-se, dificultando de tal forma os "chumbos" que os professores desistirão de reprovar alunos.
6.MLR voltou a deitar a culpa dos males para cima dos professores e das escolas.
7.Não há paciência para MLR. Por favor, podem colocá-la no conselho de administração de uma grande empresa pública ou levá-la para Bruxelas, mas tirem-na do ministério da educação!